Morador do Edifício JK busca na Justiça direito de passear com cachorro nas áreas comuns
Marco Antonio de Oliveira, morador do icônico prédio de Belo Horizonte, questiona regras do condomínio que limitam circulação de animais sem serem carregados no colo

Morador do Edifício JK, um dos prédios mais tradicionais do centro de Belo Horizonte, está desafiando judicialmente o regulamento interno que proíbe a circulação de animais de estimação nas áreas comuns, a menos que sejam carregados no colo. Marco Antonio de Oliveira, de 62 anos, foi notificado pelo condomínio por andar com dois cães na coleira pelas dependências do edifício. A notificação, que chegou em fevereiro de 2025, alertava o morador sobre o que o condomínio considerava uma infração às normas do prédio.
De acordo com a notificação, o regulamento interno estabelece que os cães devem ser sempre carregados no colo nas áreas comuns, apesar de também ser exigido o uso de coleira. Para Marco, a situação gerou um impasse, pois ele possui dois cães pequenos, com cerca de 15 kg cada, o que torna impossível carregá-los simultaneamente. Em seu relato, ele destaca o risco de lesões tanto para ele quanto para os animais, caso fosse obrigado a seguir a orientação de carregar os cães.
O regulamento de 2019 do condomínio, que prevê essa regra, foi discutido em assembleia, mas Marco afirma que a ata da reunião nunca foi apresentada, o que levanta suspeitas sobre a validade da decisão. A situação foi agravada pelo acréscimo de quase R$ 200 na mensalidade do morador, referente a “despesas de cartório” decorrentes da notificação, o que levou Marco a registrar um boletim de ocorrência.
Além disso, Marco afirma que não é o único morador a enfrentar dificuldades. Outros vizinhos, também com animais de estimação, estariam encontrando problemas semelhantes, com alguns desistindo de passear com seus cães devido à exigência de carregá-los no colo. Em uma tentativa de solução amigável, Marco se reuniu com o gerente do condomínio, mas recebeu uma resposta evasiva, com a alegação de que a empresa responsável não compareceu à audiência de conciliação.
Enquanto aguarda o desfecho jurídico, Marco encontrou uma alternativa: ele agora carrega o cachorro da vizinha no colo e faz com que o seu animal ande sobre um skate nas áreas comuns do condomínio, buscando uma solução criativa, embora desconfortável, para o impasse.
O caso levanta importantes questões sobre a acessibilidade e a necessidade de flexibilização das regras em condomínios, especialmente para moradores que dependem de seus animais de estimação para companhia e bem-estar.
O resultado da disputa judicial ainda está pendente, mas a ação traz à tona um debate crescente sobre as normas que regem a convivência em espaços coletivos e a necessidade de um equilíbrio entre os direitos dos moradores e as exigências dos regulamentos condominiais.
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