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Moradora culpa condomínio após incêndio destruir apartamento em Pinheiros (SP)

dentista afirma que falta de mangueiras e extintores defeituosos dificultaram combate às chamas em prédio da zona oeste de são paulo

G1
Moradora culpa condomínio após incêndio destruir apartamento em Pinheiros  (SP) Foto: Reprodução

Susto, pânico e frustração marcaram o incêndio que destruiu o apartamento da dentista Júlia Futaki, de 49 anos, no bairro de Pinheiros, na Zona Oeste da capital paulista.


O incêndio teve início ao lado de sua cama, onde estavam um abajur e uma extensão elétrica. Júlia, ex-síndica do prédio e conhecedora de técnicas básicas de combate a incêndios, tentou inicialmente controlar as chamas com um extintor de pó químico. No entanto, o fogo se alastrou rapidamente ao atingir o edredom da cama.


Em busca de um extintor de água, a moradora relatou que encontrou a mangueira danificada, com quatro furos, impossibilitando o combate efetivo às chamas.

"Na hora em que eu fui colocar o extintor de água, na mangueira do extintor tinham quatro furos, e aí eu não tive a pressão, a vazão da água foi pros lados. Foi quando eu vi que perdi todas as esperanças", relatou Júlia, que precisou aguardar a chegada do Corpo de Bombeiros.

Outro agravante foi a ausência de mangueiras de incêndio nos andares do prédio, segundo relatos da moradora e de outros condôminos. Apenas no subsolo foi possível encontrar uma mangueira, e os bombeiros precisaram de tempo adicional para localizá-la e acessar o foco do incêndio.

Falta de alarme e dificuldades na evacuação

Além da falha nos equipamentos, moradores afirmam que o prédio não dispunha de alarme sonoro para alertar sobre o incêndio, o que dificultou ainda mais a evacuação. Alguns residentes precisaram avisar vizinhos batendo de porta em porta.

Após o ocorrido, Júlia e outros moradores gravaram vídeos comprovando a ausência de mangueiras nos 17 andares do edifício. Agora, a dentista e seu advogado buscam reunir provas para acionar o condomínio judicialmente. O pedido de acesso às imagens de segurança foi negado pela administração.

Sem seguro contra incêndio no apartamento alugado, Júlia enfrenta incertezas financeiras diante da destruição de seu patrimônio.

"Eu não tenho ainda noção do quanto vai ser necessário em termos de valores, mas está tudo destruído", desabafou.

Uma campanha de arrecadação online foi criada por amigos para ajudar Júlia na reconstrução de sua vida, já arrecadando mais de R$ 14 mil de uma meta de R$ 70 mil.

Posicionamento do condomínio

Em nota, o síndico do condomínio afirmou que a manutenção dos equipamentos de combate a incêndio é realizada anualmente por uma empresa especializada e que os extintores reservas estavam disponíveis e dentro do prazo de validade. Segundo ele, o Corpo de Bombeiros utilizou a mangueira do prédio para conter o fogo, e o sistema de pressurização de escadas funcionou conforme o previsto. Ainda segundo o síndico, o projeto aprovado do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) não exigia alarme sonoro para o edifício.

Prevenção é essencial

Especialistas reforçam a importância da manutenção periódica dos equipamentos e da renovação do AVCB, documento obrigatório que atesta a segurança predial. Além disso, a contratação de seguro residencial é altamente recomendada para proteger o patrimônio individual em caso de sinistros.

Segundo o advogado especialista em condomínios Márcio Rachkorsky, "mesmo que o prédio tenha um AVCB vigente, se a manutenção não estiver em dia, o condomínio e o síndico podem ser responsabilizados judicialmente".

A tragédia serve de alerta para síndicos e moradores sobre a necessidade constante de atenção à segurança contra incêndios em condomínios.




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