Novo golpe: Criminosos forjam parentesco e usam apoio do tráfico para furtos em apartamentos
Grupo criminoso se passam por parentes de moradores e usam roupas de marca para enganar porteiros e acessar condomínios
Criminosos usam roupas de marca, parentesco falso e informações da internet para furtar joias e relógios em condomínios
Uma quadrilha especializada em furtos a apartamentos de luxo tem causado preocupação entre moradores de diversos estados do Brasil. Os criminosos, oriundos de São Paulo, utilizam informações detalhadas sobre as vítimas e disfarces para acessar condomínios de alto padrão.
Imagens de câmeras de segurança mostram o modus operandi do grupo: jovens bem vestidos, usando roupas de grife, se apresentam como parentes de moradores ou utilizam pretextos convincentes para enganar porteiros e acessar os prédios. Uma vez dentro dos condomínios, arrombam apartamentos e furtam joias, relógios e outros bens de alto valor.
Polícia identifica integrantes e efetua prisões
A Polícia Civil do Rio de Janeiro já identificou pelo menos 12 integrantes da quadrilha, que vinha sendo investigada pela 15ª DP (Gávea). No último sábado (1º), quatro suspeitos foram presos em Campina Grande do Sul, no Paraná, em uma operação conjunta entre a polícia do Rio e a Polícia Rodoviária Federal.
Dupla anda com sacola após furto em apartamento no Leblon — Foto: Divulgação/Empresa Gabriel
Quadrilha atuava de forma organizada e se baseava em dados da internet
"Eles estão sempre bem vestidos, com roupas de marca, e fingem ser moradores do local", explica a delegada Daniela Terra, titular da 15ª DP-RJ. O grupo se revezava nos ataques para dificultar a identificação e utilizava informações coletadas na internet, incluindo listas de proprietários de veículos de luxo.
Os criminosos selecionavam as vítimas com base em dados como nomes, endereços e informações de familiares. "Eles chegam na portaria dizendo que são sobrinhos do 'morador do 501', por exemplo, e o porteiro acaba permitindo a entrada", detalha a delegada.
A escolha dos alvos também considerava o período do ano. Os criminosos aproveitavam férias e feriados prolongados, quando muitos apartamentos ficam vazios, para agir sem levantar suspeitas.
Conexões com o tráfico e atuação interestadual
As investigações apontam que a quadrilha tem ligações com o tráfico de drogas, utilizando os bens furtados como moeda de troca por dinheiro e proteção em comunidades dominadas por facções criminosas.
Após os furtos, os integrantes retornavam para São Paulo ou seguiam para outras capitais, dificultando a ação policial. "Eles mudam de cidade constantemente, mas o objetivo é sempre o mesmo: furtar objetos de valor e manter a atividade criminosa", afirma a delegada.
Medidas preventivas para condomínios
A polícia reforça a necessidade de medidas preventivas para evitar esse tipo de crime. Síndicos e administradoras devem orientar porteiros e seguranças a validar a identidade de visitantes diretamente com os moradores antes de autorizar qualquer acesso.
"As pessoas precisam instruir os funcionários do condomínio a liberar a entrada apenas com a autorização expressa do proprietário", alerta a delegada. "O crime não tem aparência, e um criminoso bem-vestido continua sendo um criminoso."
A investigação continua para capturar os demais membros da quadrilha e recuperar os objetos furtados. A polícia também trabalha para desarticular possíveis conexões do grupo com outras organizações criminosas.
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